Vamos Cruzar As Notícias
Vamos cruzar duas notícias do mesmo jornal - O Primeiro de Janeiro de 2 de Fevereiro de 2005.
1ª notícia: médicos do Centro de Saúde de Ponte de Lima foram despedidos do CHAM - Centro Hospitalar do Alto Minho e queixam-se de ser trocados por mão-de-obra barata e indiferenciada e principalmente sem experiência.
"Clínicos do Centro de Saúde ... acusaram ontem o CHAM de desrespeito e injustiça, por prescindir dos seus serviços nas Urgências e contratar outros “mais baratos".
“Durante 20 anos, enquanto precisaram dos nossos serviços, nunca houve problema. Agora que há mão-de-obra excedentária noutros países, nomeadamente em Espanha, esqueceram todo esse passado, deram-nos um pontapé e ponto final”, queixou-se um dos médicos, que falava em nome da esmagadora maioria dos 27 colegas do centro de saúde. Em declarações à Agência Lusa, o clínico, que optou pelo anonimato com receio de represálias ou de eventuais processos disciplinares, disse que esta situação se ficou a dever apenas a questões economicistas, mas lembrou que “muitas vezes o barato sai caro”.
2ª Notícia: A morte da jovem de 26 anos que imediatamente levantou suspeitas de negligência médica assistida no CHAM.
Sabem o que é o CHAM? É isso mesmo. É o hospital de onde foram despedidos os médicos com 20 anos de prática. E vinte anos de prática, em Medicina é uma mais-valia que demora vinte anos alcançar (é o chamado olho clínico, é a suspeita de que algo não está bem, é o cheirar a doença) .
Sobre este caso, e como já me enviaram e-mails sobre o mesmo, não vou falar do tratamento ascoroso da notícia.
Merecia um tratamento sério e não de telenovela dramática: "Manuela ter-lhe-á pedido para ele se deitar e "agarrou-se a ele". Da manhã, o marido, em estado de choque, apercebeu-se que ela tinha morrido durante o sono. "Quando ele se levantou e a viu destapada e gelada chamou por mim, para ir ao quarto, e olhe?", recorda emocionada Carla Costa."
É importante descobrir-se rapidamente a causa da morte, até porque foi uma doença infecciosa. A autópsia poderá ou não elucidar-nos sobre o caso.
Mas ao ler a notícia, interrogo-me:
1 - Qual a razão porque se pede ao médico para laquear as trompas no parto do primeiro filho? E cesareana porquê? Haveria alguma doença de base que a jornalista nos omitiu? A laqueação de trompas não é o método escolhido para uma mãe apenas com um filho e tão jovem. Porque foi feita então?
2 - A cunhada está em todo o lado. Omnipresente e omnipotente.
3 - Cinco idas à urgência, leva sempre o médico a aprofundar os exames o que de facto aconteceu, sendo os resultados negativos. Será que foram os cinco médicos negligentes? Seriam árabes e não falariam português? Seriam do Leste? Seriam médicos portugueses bêbados?
4 - A jornalista Ivone Marques, poderia investigar. A notícia que aparece, é igual a muitas outras. Só se mudam os actores... Mas...
1ª notícia: médicos do Centro de Saúde de Ponte de Lima foram despedidos do CHAM - Centro Hospitalar do Alto Minho e queixam-se de ser trocados por mão-de-obra barata e indiferenciada e principalmente sem experiência.
"Clínicos do Centro de Saúde ... acusaram ontem o CHAM de desrespeito e injustiça, por prescindir dos seus serviços nas Urgências e contratar outros “mais baratos".
“Durante 20 anos, enquanto precisaram dos nossos serviços, nunca houve problema. Agora que há mão-de-obra excedentária noutros países, nomeadamente em Espanha, esqueceram todo esse passado, deram-nos um pontapé e ponto final”, queixou-se um dos médicos, que falava em nome da esmagadora maioria dos 27 colegas do centro de saúde. Em declarações à Agência Lusa, o clínico, que optou pelo anonimato com receio de represálias ou de eventuais processos disciplinares, disse que esta situação se ficou a dever apenas a questões economicistas, mas lembrou que “muitas vezes o barato sai caro”.
2ª Notícia: A morte da jovem de 26 anos que imediatamente levantou suspeitas de negligência médica assistida no CHAM.
Sabem o que é o CHAM? É isso mesmo. É o hospital de onde foram despedidos os médicos com 20 anos de prática. E vinte anos de prática, em Medicina é uma mais-valia que demora vinte anos alcançar (é o chamado olho clínico, é a suspeita de que algo não está bem, é o cheirar a doença) .
Sobre este caso, e como já me enviaram e-mails sobre o mesmo, não vou falar do tratamento ascoroso da notícia.
Merecia um tratamento sério e não de telenovela dramática: "Manuela ter-lhe-á pedido para ele se deitar e "agarrou-se a ele". Da manhã, o marido, em estado de choque, apercebeu-se que ela tinha morrido durante o sono. "Quando ele se levantou e a viu destapada e gelada chamou por mim, para ir ao quarto, e olhe?", recorda emocionada Carla Costa."
É importante descobrir-se rapidamente a causa da morte, até porque foi uma doença infecciosa. A autópsia poderá ou não elucidar-nos sobre o caso.
Mas ao ler a notícia, interrogo-me:
1 - Qual a razão porque se pede ao médico para laquear as trompas no parto do primeiro filho? E cesareana porquê? Haveria alguma doença de base que a jornalista nos omitiu? A laqueação de trompas não é o método escolhido para uma mãe apenas com um filho e tão jovem. Porque foi feita então?
2 - A cunhada está em todo o lado. Omnipresente e omnipotente.
3 - Cinco idas à urgência, leva sempre o médico a aprofundar os exames o que de facto aconteceu, sendo os resultados negativos. Será que foram os cinco médicos negligentes? Seriam árabes e não falariam português? Seriam do Leste? Seriam médicos portugueses bêbados?
4 - A jornalista Ivone Marques, poderia investigar. A notícia que aparece, é igual a muitas outras. Só se mudam os actores... Mas...
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