domingo, outubro 12, 2003

Cancro do Pulmao

(Nao estou em Portugal e no hotel os teclados nao têm til. Desculpem-me.)

Mas mesmo longe, lembrei-me da polémica do Aviz.

No intervalo de uma sessao, conversava com um colega que me dizia que tinha sido diagnosticado ao seu pai um cancro do pulmao. Tinha-o levado aos melhores especialistas da matéria e todos aconselhavam que ao seu pai fosse retirado, ou um lobo do pulmao ou mesmo a sua totalidade.

Palavra puxa palavra, fiquei a saber que o seu pai nunca fumou, que tinha 85 anos e que nao queria ser operado, afirmando que se sentia muito bem.

Já sei que os fumadores estarao a dizer: em bem disse que também há cancros em quem nunca fumou!
E estao a dizê-lo com muta razao. Só que a palavra cancro, para a populaçao em geral tem um peso psicológico enorme, mas para nós, significa uma multiplicidade de diagnósticos, com vários prognósticos.

No pulmao desde há muito se sabe que há cancros que nao estao relacionados com o tabaco. Mas sao uma percentagem reduzida em relaçao à totalidade dos vários cancros do pulmao. Mas a estatística nao mente. Desde que os hábitos tabágicos na mulher aumentaram, também aumentou o número de cancros do pulmao e a respectiva mortalidade.

Sou a favor de campanhas de educaçao para a saúde. Mas sou contras as demagogias higienistas, como refere o Aviz. E em relaçao ao vinho, em quantidades aceitáveis, até tem um efeito benéfico para a saúde, como todos sabemos.

E voltando ao pai do meu colega, penso que faz muito bem em nao ser operado. Trata-se de um nódulo solitário e com 85 anos, provavelmente falecerá de morte natural, muito antes do cancro provocar qualquer estrago!

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