Medicina Interna: Uma Especialidade Ameaçada
Retirado do jornal Tempo Medicina:
"A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) reuniu, pela primeira vez, os internos da área. Este encontro teve como objectivo promover o «espírito de corpo» e motivar os jovens médicos para a defesa e promoção da imagem da «sua» especialidade.
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Este 1.º Encontro Nacional dos Internos de Medicina Interna, que juntou cerca de 60 jovens médicos, pretendeu sobretudo cativar os recém-especialistas para a defesa da especialidade.
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De facto, como pano de fundo deste encontro estiveram os resultados de um estudo efectuado pela APEME, uma empresa especializada em planeamento e estudos de mercado, que revelou, entre outros dados, que 80% dos internistas considera que a especialidade está «seriamente ameaçada» ou «ameaçada».
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Estes internistas consideram que a flexibilidade na construção da carreira, o «prazer intelectual de fazer um bom diagnóstico», a possibilidade de «fugir» ao excesso tecnicista, a autonomia do internista ou a capacidade para aplicar as diversas aprendizagens e de ver o doente como um todo são alguns dos atractivos da especialidade.
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A ideia de que os internistas podem desempenhar um papel preponderante nos novos modelos de gestão hospitalar que estão a ser ensaiados entre nós foi também trabalhada por um terceiro grupo de internos. Este delineou alguns argumentos, que podem ser apresentados em defesa desta tese. É possível, por exemplo, demonstrar o valor económico da prática da especialidade, evidenciando as vantagens de criar um «grande departamento» de Medicina Interna, que traria melhorias ao nível da gestão dos recursos, e de profissionalizar as urgências (o que libertaria os internistas para o trabalho assistencial).
Por fim, um último grupo de jovens clínicos delineou uma estratégia de comunicação para promover a imagem da especialidade. Posicionar o internista como o especialista de referência, o médico hospitalar fácil de localizar; promover a sua imagem como médico que está sempre presente no hospital, constantemente activo e a quem o doente pergunta o nome foram ideias sugeridas."
Segundo noticiaram os jornais, alguns hospitais de Lisboa já encerraram/desactivaram alguns serviços autónomos de Medicna Interna...
7 comentários:
Engraçado, trazer isto para aqui... :-)
A MI está (e estará cada vez mais), acima de tudo, ameaçada pelo ciclo vicioso de mediocridade e frustração que este sistema (actual) de acesso às especialidades gera crescentemente (com o elevado número de vagas para a especialidade - vs reduzido para outras sub-especialidades -, e o cut-off para a impossibilidade de escolha em 30%).
Mas o resto também é importante: a imagem e a atitude.
Será MEMI internista? Homem de saber e devoção?
AV
A MI está ameaçada, tal como a MGF, pelo facto de ser impossivelmente mais rentável escolher uma sub-especialidade assente em alta tecnologia: gesto curtos, precisos, necessidade de conhecimentos reduzidos, dispensa de diagnósticos diferenciais complexos, relação médico-doente reduzida à ínfima expressão e, no fim, um elevadíssimo pagamento por cada um desses gestos.
MI e MGF, por seu turno, assentam na complexidade, menor tecnologia, mais relação médico-doente e longas horas. Tudo elementos de reduzido valor comercial, não valorizados quer pela sociedade quer pelos pares (ou quando muito, recebendo lip service e olhares condescendentes).
É isto que conta. Tudo o resto são variações piedosas sobre o tema.
Pronto.. era destes posts secas da merdas que eu falava...
AV deves ser paneleiro, nadas sempre a perguntar ao homen quem é que ele é? Gostas de homens?
Mais um ridículo djihadista cobarde a explodir as suas ordinaricezecas para seu próprio deleite orgâsmico; isto é serviço público, em alternativa à pornografia, sinto-me ecléctico.
Quando assinares o teu nome aparece, subimos um nível e discutimos as intercorrências do último jogo de futebol.
Um abraço bem apertadinho!
AV
"Segundo noticiaram os jornais, alguns hospitais de Lisboa já encerraram/desactivaram alguns serviços autónomos de Medicna Interna..."
Estou surpeendido... começa a citar jornalistas...!!
R. Martins, Jornalista
ABS, não poderia estar mais de acordo!
Oh amigos!
A MI,a MGF, mas tb a Pediatria são as especialidades de síntese que tendem a ser deixadas para segundo plano porque não são devidamente reconhecidas pelo "sistema", mas também pelo doente.
Nunca nos esqueçamos também que estes médicos tendem a ser sub-alternizados pelas estruturas hoispitalares e pelos colegas, pelo seu idealismo e falta de sentido prático.
Quem lhes manda, por exemplo assumir as urgências sozinhos? Porque permitem que a base dos pagamentos seja o valor relativo de actos médicos da Ordem, sem que tenham participado na sua elaboração?
A má situação actual destas especialidades resulta em grande parte do seu imobilismo, por outra palavras "foram comidas" pelos outros!
Eu sou médico e gostaria de ter tido coragem de ir para MGF, mas preferi uma especialidade hospitalar, porque não quis ter a vida dos médicos de família. Confesso.
Mas a culpa é os internistas e clínicos gerais!
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