Quando As Pessoas Ficam Cegas Pelo Ódio, Não Conseguem Ler E Interpretar O Que Se Escreve.
Resposta a um e-mail:
Caro J T
Assunto: Não se esqueça da criança... a criança...
- Qual criança? As que morrem assassinadas pelos pais, pelos padrastos, pelos vizinhos, ainda ontem foi condenado um casal a 14 anos de prisão. Parece que não eram médicos! Eram pais.
Já reparou que os seus últimos posts têm a ver com os processos que estão a ser levantados a médicos alegadamente negligentes?
- Exactamente, não só os últimos, como muitos outros. Sempre disse que os médicos devem ser condenados sempre que se prove que foram negligentes. O que não concordo é com a feira mediática que se faz à volta disso mesmo. Feira das vaidades. Os familiares aproveitam-se dos seus entes queridos falecidos para a sua vaidade própria.
Isso não lhe diz nada?
- A si é que não lhe diz nada? Como vê tambêm falo de colegas meus negligentes e que devem ser condenados. E você quantos dos seus pares já foram criticados no seu blogue? Envie-me os links, por favor... De quantos professores agressores de alunos já falou? De quantos professores que usam força desproporcionada contra os seus alunos? Sabe, caro amigo, tenho dezenas de professores de todos os graus de ensino na minha família. Compreendo-os. Não os persigo...
Falta a criança assassinada dentro do útero materno por um obstetra e os seus forceps - é assim que se diz?
- Assassinada? Isso não é forte de mais? Sabe, a minha filha quando nasceu também teve uma fractura do crâneo. Fui ler a literatura e isso é frequente. Um parto não é inóquo, embora se pense que sim. Se houve ou não negligência? Espero que os tribunais decidam. Mas uma coisa lhe garanto: quando o obstetra utilizou os forceps, não foi com intenção de matar... E sabe, não leu bem, refiro-me a três obstetras: dois do Amadora-Sintra e um de Mirandela.
Tal como lhe disse, o tempo em que o pessoal se calava já lá vai...
- Estou de acordo consigo: esse tempo foi com o 24 de Abril.
A partir de agora é preciso muito cuidado... muito mesmo, porque até a agressões a médicos, e não sei se pior, iremos assistir.
- Já assistimos. Ainda você andava de cueiros e já uma médica era assassinada em Abrantes por se recusar a passar uma baixa. E outros casos já houve. A nossa profissão é uma profissão de risco. Já o sabemos desde que há doentes psiquiátricos. Com as provocações da campanha dos media, a tendência agravar-se-á. Não tenho dúvidas.
É que não se pode brincar com a vida das pessoas, está a ver?
- Exactamente. Não se pode brincar. Com excepção da fome, como em África, das guerras como a do Iraque, da pobreza, como em Darfour, da pedofilia, como na Casa Pia, da exploração de homens, mulheres e crianças, como faz o capitalismo selvagem, os bancos e as seguradoras que nos exploram até ao tutano...
Bom fim de semana.
Também para si. O meu será a trabalhar 24 horas em 48 horas. Trabalhar? Talvez não. Os médicos não trabalham ... porra! Assassinam, matam, estropiam, gozam com as pessoas, usam-nas, negligenciam, erram! Todos. Mudemos todos para os alternativos...
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