quarta-feira, outubro 29, 2008

Por Estar De Acordo, Pois Deviam Ser ZERO!

Com o devido respeito, transcrevo do blogue do jornalista Carlos Enes o seguinte post sobre o INEM.

Quando ouvi a resposta do INEM ao caso das chamadas perdidas, pensei: a minha Ministra tem que demitir todas as chefias do INEM.

Como é possivel alguém argumentar que um serviço de emergência fica satisfeito por "perder trezentas e tal chamadas". O objectivo mínino seriam ZERO CHAMADAS.

Mesmo aceitando que estatisticamente as "trezentas e tal chamadas" podem representar pouco, nunca saberei quantas pessoas morreram, se somar dia a dia as "trezentas e tal chamadas".

O IMEM, que já fui um seu defensor deveria acabar. Assim como a vertente da Saúde dos bombeiros.

Sobre as suas cinzas deveria nascer uma nova organização institucional, moderna e profissionalizada a 100%, independente dos hospitais com médicos e técnicos paramédicos preparados e constantemente actualizados.

O post de Carlos Enes:

"O INEM, ATRAVÉS DE FONTE OFICIAL NÃO IDENTIFICADA, ACABA DE DIZER AO JORNAL DE NOTÍCIAS QUE NÃO PERDE, OU DEIXA POR ATENDER, QUATROCENTAS CHAMADAS DE SOCORRO POR DIA. "SERÃO ANTES TREZENTAS E POUCAS".

Lê-se e não se acredita. Mas é sintomático de duas coisas. Uma política de comunicação inaceitável num organismo público e, muito mais grave, uma inesperada irresponsabilidade social.

Primeiro, vamos à política de comunicação. A TVI noticiou há uma semana que o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) de Lisboa do INEM, responsável pelo atendimento e accionamento de meios de socorro aos distritos de Lisboa, Santarém, Setúbal, Évora e Beja, chega a "perder" centenas de chamadas por dia. A reportagem, que pode ser vista neste excerto do Jornal Nacional de 6.ª feira, 17 de Outubro, às 21:08, não foi feita nas costas do INEM. Fizemos, cara a cara, a pergunta necessária à Directora de Emergência Médica do INEM e pusemos no ar a resposta. Esta semana, antes da nova notícia , o INEM foi previamente questionado sobre tudo: o caso concreto do esfaquedado que ficou meia hora à espera, o caso concreto de uma segunda-feira negra, e o caso genérico de toda a informação financeira e operacional disponível sobre o sistema informático. Trata-se de informação pública por Lei, mas o INEM não respondeu a nada. Preferiu ficar sentado a ver o jornal da TVI para responder a seguir, ao Jornal de Notícias, que as chamadas perdidas foram "trezentas e poucas". Ridículo.

Agora, a irresponsabilidade social. Ao contrário do que informa a fonte oficial do INEM, já antes da instalação, em Março, do módulo de georeferenciação do novo sistema informático, que custou uma fortuna, era possível medir o número de chamadas perdidas. Mesmo que não fosse, basta perguntar à polícia, que encaminha as chamadas 112, ou aos bombeiros, que recebem activações com meia hora de atraso, se sempre foi assim. Mas nem sequer é preciso a quem manda no INEM dar-se a tanto trabalho. Basta alguém do Conselho Directivo ter a coragem de descer uns andares e perguntar directamente aos operadores que atendem as chamadas.

Sempre houve chamadas perdidas? Residualmente, talvez. Porque se os senhores que mandam souberem ler, podem consultar os relatórios de actividades de 2004 e 2005 da instituição que dirigem. Aí ficarão a saber que os operadores de atendimento respondiam a uma média de cinco chamadas por hora. E agora, que o número de operadores foi drasticamente reduzido, seguindo a espúria tendência da administração púbica para poupar em recursos humanos e aumentar proporcionalmente os milhões disponíveis para negócios de contratação externa, quantas chamadas atende cada operador por hora e quantas perdem eles todos em conjunto? Agora, que bancadas inteiras de postos de atendimento foram retiradas da sala do CODU de Lisboa, que chegam a estar seis ou sete pessoas para atender as chamadas todas de socorro de cinco distritos, como é?

Claro, o que é preciso é comprar helicópteros para salvar a reforma louca de um ministro que sabia de tudo mais do que toda a gente. O que é preciso é montar um majestoso "hospital de campanha" e estacionar um batalhão de ambulâncias na Avenida da Liberdade por causa de um carro de fórmula 1 que anda por lá a fazer publicidade, não vá o carro despistar-se para cima das pessoas ou da própria estátua do Marquês.

A minha segunda maior curiosidade é saber se a ministra da Saúde vai engolir mentiras ou exigir soluções. A maior curiosidade de todas é contar quanto tempo vai durar esta irresponsabilidade grosseira que pode matar pessoas e certamente já matou algumas."

2 comentários:

Anónimo disse...

não posso concordar consigo. primeiro: um médico que só faça inem não é médico, é bombeiro. conheço alguns que nunca fizeram uma especialidade e que fazem apenas inem. são maus. segundo: técnicos paramédicos? então porque não constituido apenas por técnicos paramédicos? para quê um médico na rua? dois paramédicos constantemente actualizados é muito melhor que um paramédico e um médico, muitas vezes muito mal preparado

Anónimo disse...

Não concordo com nenhum dos dois senhores, mas é a minha opinião. Primeiro,parte do pessoal do inem é especializado, ( médicos, emfermeiros, e aquilo a que se chamam de técnicos, com formação de suporte avançado de vida). Acabar com a saúde nos bombeiros, ahahah, deixa-me rir, só mesmo quem não sabe como fubnciona o inem e os bombeiros é que diz que se devia de acabar com os mesmos. Mas isso são opiniões de quem passa a vida num consultório, e não sabe o que é o trabalho numa urgençia de um hospital ou dentro de uma ambulançia a prestar socorro.

Já agora paramédico é um termo pouco usado em Portugal, mas o seu significado em relação á profissão que se faz, é a mesma que um soccorista dos bombeiros ou da druz vermelha e ate mesmo do inem que tenha o curso de suporte avançado de vida, que infelizmente sao os unicos a poder manusear um disfibrilhador. Pois lá fora como por exemplo nos estados unidos, nos centros comerciais , escolas, edificios publicos e privados, e mesmo numa smples avenida e/ou rua, estes equipamentos estao presentes, e começa a existir formação em saude desde o ciclo. e partir do secundario se aprende a usar estes equipamentos, pois o principal e salvar vidas e nao discutir quem tem credenciais para o fazer.