Redução de custos a quanto obrigas...
Faltaram as fraldas em serviço dos HUC
00h07m
CARINA FONSECA
Na última quarta-feira, o serviço de Medicina II, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, ficou sem fraldas.
Quem o garante é Luísa Carolino, que encontrou a avó com um resguardo de cama e um lençol a servirem de fralda.
"Fiquei indignada. Pensei: no final da vida somos tratados assim, como coisas. Parecia impossível que um hospital tão grande não tivesse fraldas", conta Luísa Carolino, lembrando o sucedido quando, na tarde de quarta-feira, foi visitar a avó àquele serviço dos HUC.
Alertada por uma auxiliar para o facto de as fraldas estarem a acabar, Luísa Carolino tomou a iniciativa de ir, ela mesma, comprá-las. Mas, quando voltou ao hospital, pelas 19.30 horas, viu a avó embrulhada num resguardo e num lençol, com a idosa da cama ao lado nas mesmas condições. "Os utentes estavam embrulhados como se não fossem humanos", diz.
Garante ter sido informada, por uma auxiliar, de que não era a primeira vez que as fraldas se esgotavam. Agora, Luísa Carolino promete ir ao Gabinete do Utente dos HUC protestar contra uma situação que considera "de desumanidade".
O conselho de administração dos HUC confirmou ontem, em comunicado, que "num dos serviços de medicina dos Hospitais da Universidade de Coimbra se verificou, no dia 1/10/2008, uma ruptura do stock de fraldas, situação que foi colmatada". De acordo com a mesma nota, assinada pelo presidente Fernando Regateiro, "está reposto o regular abastecimento deste material em todo o Hospital", além de que "o sistema de aprovisionamento dos HUC já foi objecto de estudo, estando identificadas as alterações a introduzir, no sentido de evitar que situações como a presente se repitam".
O caso não surpreende Ricardo Matos, do Movimento Utentes pelos HUC. Ele explica porquê: "Há muito se tinha alertado para a questão de os profissionais não terem materiais como luvas. Há outros problemas, podem é não se notar tanto". Para ele, vigora um "ponto de vista economicista" sobre a saúde, pelo que se impõe a questão: "A economia de alguns tostões é mais importante do que a dignidade humana?".
Discurso idêntico tem o coordenador da Direcção Regional de Coimbra dos Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. Paulo Anacleto garante que "a falta de material de consumo clínico diário é recorrente". No seu entender, trata-se de uma realidade comum a outas instituições de saúde, que reflecte "um desinvestimento completo no Sistema Nacional de Saúde".
O conselho de administração dos HUC preferiu não comentar estas afirmações, informou a assessora, Salomé Marques.
00h07m
CARINA FONSECA
Na última quarta-feira, o serviço de Medicina II, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, ficou sem fraldas.
Quem o garante é Luísa Carolino, que encontrou a avó com um resguardo de cama e um lençol a servirem de fralda.
"Fiquei indignada. Pensei: no final da vida somos tratados assim, como coisas. Parecia impossível que um hospital tão grande não tivesse fraldas", conta Luísa Carolino, lembrando o sucedido quando, na tarde de quarta-feira, foi visitar a avó àquele serviço dos HUC.
Alertada por uma auxiliar para o facto de as fraldas estarem a acabar, Luísa Carolino tomou a iniciativa de ir, ela mesma, comprá-las. Mas, quando voltou ao hospital, pelas 19.30 horas, viu a avó embrulhada num resguardo e num lençol, com a idosa da cama ao lado nas mesmas condições. "Os utentes estavam embrulhados como se não fossem humanos", diz.
Garante ter sido informada, por uma auxiliar, de que não era a primeira vez que as fraldas se esgotavam. Agora, Luísa Carolino promete ir ao Gabinete do Utente dos HUC protestar contra uma situação que considera "de desumanidade".
O conselho de administração dos HUC confirmou ontem, em comunicado, que "num dos serviços de medicina dos Hospitais da Universidade de Coimbra se verificou, no dia 1/10/2008, uma ruptura do stock de fraldas, situação que foi colmatada". De acordo com a mesma nota, assinada pelo presidente Fernando Regateiro, "está reposto o regular abastecimento deste material em todo o Hospital", além de que "o sistema de aprovisionamento dos HUC já foi objecto de estudo, estando identificadas as alterações a introduzir, no sentido de evitar que situações como a presente se repitam".
O caso não surpreende Ricardo Matos, do Movimento Utentes pelos HUC. Ele explica porquê: "Há muito se tinha alertado para a questão de os profissionais não terem materiais como luvas. Há outros problemas, podem é não se notar tanto". Para ele, vigora um "ponto de vista economicista" sobre a saúde, pelo que se impõe a questão: "A economia de alguns tostões é mais importante do que a dignidade humana?".
Discurso idêntico tem o coordenador da Direcção Regional de Coimbra dos Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. Paulo Anacleto garante que "a falta de material de consumo clínico diário é recorrente". No seu entender, trata-se de uma realidade comum a outas instituições de saúde, que reflecte "um desinvestimento completo no Sistema Nacional de Saúde".
O conselho de administração dos HUC preferiu não comentar estas afirmações, informou a assessora, Salomé Marques.
3 comentários:
concordo com o coordenador do SEP porque se eu fosse contar pelos dedos das mãos as vezes em que o material escasseava nos grandes hospitais em que estagiei, faltar-me-iam seguramente..não é preciso ir a coimbra.
Esta Senhora que reclamou a falta de fraldas não deve ter outra coisa mais importante na vida.
Haver falta de material nos hospitais é uma coisa perfeitamente normal. Hoje é fraldas,a amanhã são lençois.
E queria, o quê? Que se ensacasse?
desculpem lá... n há fraldas e embrulham as pessoas em resguardos....... isto não é normal, pois não? mas que país é este?
Enviar um comentário