Autoridades de saúde procuram respostas para vítimas de empobrecimento súbito
Projecto visa combater impacto económico e social na saúde
13.04.2009 - 15h49 Lusa
"As autoridades de saúde estão à procura de respostas para as pessoas afectadas pelo empobrecimento súbito causado pela crise económica, uma vez que estas são as "mais difíceis de identificar", segundo uma especialista da Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Belmira Rodrigues irá revelar a "Resposta da saúde pública à crise económica e social" na próxima terça-feira, durante o primeiro Congresso Nacional de Saúde Pública.
A sua apresentação, a que a Agência Lusa teve acesso, revela o que as autoridades de saúde estão a preparar para responder à crise actual, estando previstas duas "situações distintas".
A primeira refere-se aos grupos populacionais de baixo nível sócio-económico, pobreza e exclusão.
Estas comunidades já estão identificadas e as respostas estruturadas.
Contudo, para os "grupos populacionais afectados pelo empobrecimento súbito", que são "pessoas de mais difícil identificação", as autoridades reconhecem a "necessidade de novas respostas".
Para já, a DGS elaborou um conjunto de respostas que passam por acompanhar os potenciais efeitos da crise ao nível da situação alimentar, da auto-estima e do acesso aos cuidados.
O objectivo é garantir as necessidades alimentares básicas e, em caso disso, assegurar que estas tenham acesso aos alimentos, proteger as pessoas de doenças como a depressão e dos comportamentos agressivos e identificar as pessoas com dificuldades de acesso a medicamentos essenciais.
Para estes três objectivos, a DGS tem preparadas várias acções, como a criação de um menu de receitas baratas e a abertura das cantinas escolares aos fins-de-semana e durante períodos de férias, conforme divulgou domingo a Agência Lusa.
A saúde pública dará principal atenção a um conjunto de sinais de alerta como tentativas de suicídio, pessoas com sinais de depressão, alteração da curva de percentis da criança sem causa aparente, casos de desnutrição, nomeadamente crianças e idosos, maus tratos e descompensação clínica motivada pela não adesão terapêutica específica."
Aguardo com interesse a passagem ao terreno deste projecto da Saúde Pública, já que, como médico em zona não muito rica, se nota facilmente nos utentes o efeito desta crise, principalmente nos adultos mais novos.
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