Movimento de Utentes satisfeito com redução de preços de medicamentos mas teme ser medida eleitoralista
01.04.2009 - 12h14 Alexandra Campos, Lusa
O presidente do Movimento dos Utentes da Saúde (MUS) considerou hoje positiva a redução do preço de 3900 medicamentos anunciada pelo Ministério da Saúde, mas duvida da durabilidade da medida, que "surge em ano de eleições".
"A crise piorou a vida das pessoas: as dívidas às farmácias aumentam, da lista de medicamentos receitados os doentes compram só 'o mais importante'. Há um grande prejuízo para o doente. Esta medida é uma vantagem", afirmou João Santos Cardoso.
O presidente do MUS disse ainda não ter ficado "admirado" com a medida por aparecer "em ano de eleições", receando por isso que possa ser "eleitoralista". "Desconheço se a medida é viável e duvido se será duradoura.
Receio que o objectivo sejam as eleições", afirmou. A baixa de preço de 3900 apresentações de medicamentos, hoje anunciada pelo Ministério da Saúde, decorre de um processo iniciado em 2007 e que se verifica todos os anos.
Aliás, desde 2007 já diminuiram de preço mais de 5600 apresentações de fármacos, entre os de marca e os genéricos, lembra a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), em comunicado divulgado hoje.
A redução hoje anunciada permitirá aos utentes e ao Estado uma poupança de cerca de 75 milhões de euros, a crer nas estimativas do Ministério da Saúde (que leva em conta as vendas efectuadas em 2008).
Mas este cálculo poderá ter que ser revisto em baixa: nos primeiros meses deste ano, as vendas de medicamentos estão a cair a um ritmo de cerca de 8 por cento ao mês. Esta é já a terceira fase da revisão transitória de preços que resulta da aplicação da legislação aprovada em 2007.
Uma legislação que visou equiparar os preços dos fármacos à média dos quatro países de referência (Espanha, Itália, França e Grécia).
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