sábado, dezembro 13, 2003

Farmácia, Farmacologia, Terapêutica, Placebo

O Trenguices respondeu à polémica lançada pelo Lápis de cor.

Embore concorde com 80% dos seus comentários, tenho pena que o amigo Boticário de Província não consiga despir o seu corporativismo, nem a sua alma anti-médico.

E até concordo numa coisa:

- os médicos não percebem de Ciências Farmacêuticas – Farmácia: do Lat. pharmaciu < Gr. pharmakeía. s. f., ciência e arte da conservação das drogas e da preparação dos medicamentos; estabelecimento em que se preparam e vendem produtos farmacêuticos testados e autorizados; profissão de farmacêutico; colecção de medicamentos.

Mas percebem e muito de

- farmacologia - do Gr. phármakon, veneno, remédio + lógos, tratado; s. f., parte da Medicina que estuda os medicamentos e que trata do seu emprego ou aplicação,

- e de terapêutica - do Lat. therapeutica < Gr. Therapeutiké, s. f., Parte da Medicina que trata da escolha e aplicação dos meios de curar doenças e da natureza dos remédios; tratamento das doenças. in Dicionário de Língua Portuguesa On-Line, da Texto Editora.

Mas se nós não percebemos de Farmácia, os farmacêuticos muito menos percebem de patologias, doenças, diagnósticos, controle metabólico, prognósticos, gestão de riscos, polimedicação, polipatologia, etc., porque se percebessem, seriam médicos e não farmacêuticos.

Outra afirmação do Trenguices:

Em Portugal são comercializados *, (mais grave) comparticipados ** e (mais grave ainda) largamente prescritos medicamentos de eficácia mais que duvidosa. Isso, medicamentos que não servem para nada, a não ser como placebo.”***

* – quem comercializa? Empresas de farmacêuticos, sejam as farmácias, sejam os laboratórios da indústria farmacêutica;
** – quem decide a comparticipação? O Infarmed, gerido por farmacêuticos.
*** – o placebo e o seu efeito, também são uma arma terapêutica. E muito importante. É preciso é saber utilizá-la. Ao desvalorizá-lo, mais uma vez se demonstra quem é médico e quem não é.

E isto acontece porquê?” Exclama o nosso vizinho:

Porque os médicos percebem pouco de medicamentos, estudam pouco, agem muito numa base empírica e deixam-se embalar pelas cantigas mal ensaiadas da propaganda dos laboratórios (não, não estou a falar de corrupção!).
…/…
e os médicos recusam-se a obedecer a protocolos terapêuticos.”

E quem faz os protocolos terapêuticos? Não serão os médicos?

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