quarta-feira, abril 30, 2008

Ana Jorge lança desafio a autarquias para evitar viagens a Cuba


A ministra da Saúde confessa que está preocupada com a maneira como estão a ser acompanhados os idosos que são operados aos olhos em Cuba.

Ana Jorge, citada pela agência Lusa a partir do Brasil, desafia as câmaras a proporem o mesmo modelo de intervenção aos hospitais portugueses.
( 15:34 / 30 de Abril 08 )


Desafio interessante da Ministra.

Resta saber se os hospitais e os oftalmologistas portugueses estão capacitados para responder também ao desafio.
Ou se todo este empolgamento recente, não passou de um tiro de pólvora seca!

5 comentários:

Anónimo disse...

Concordo plenamente com o seu comentário : "Resta saber se os hospitais e os oftalmologistas portugueses estão capacitados para responder também ao desafio".
O problema é muito mais vasto que se possa pensar, não só há muitos doentes à espera de cirurgia de catarata ou outra, mas muitos mais estão à espera há ANOS por uma 1ª consulta de Oftalmologia em muitos Hospitais do país!!Seria bom fazer-se uma revisão do que tem sido a abertura de vagas no Internato Complementar nas diferentes especialidades ao longo dos últimos 20 anos! Tal como a falta de médicos que actualmente assola o país( e que ainda agora a procissão vai no adro...)também a falta de médicos de algumas especialidades revela que nunca houve a preocupação de se fazer um estudo sério sobre o nº de médicos necessários nem o nº de médicos por especialidade que efectivemente possam dar resposta às necessidades do S.N.S.
Existem quadros médicos de Oftalmologia por preencher ou até sem qualquer Oftalmologista(pelo menos num caso concreto)para onde nem os recém especialistas concorrem às vagas carenciadas. Por outro lado não são só os Oftalmologistas que fazem uma equipa cirurgica para se efectuarem cirurgias de catarata! Há toda uma máquina desde a consulta, Enfermaria, Bloco Operatório, Exames complementares de diagnóstico! São necessários mais Anestesistas( haverá disponiveis?), Enfermeiros( segundo o que se diz há bastantes sem emprego), tempos livres de bloco Operatório( onde??), vagas nas Enfermarias ou Unidades de Ambulatório( onde é que elas estão??), etc, etc, etc...
Não digo que alguns Hospitais Publicos ou EPE não sejam capazes de aumentar o nº de cirurgias de oftalmologia e diminuir as LIC, mas na maioria dos casos não será o suficiente para resolver todo este problema. Para dar um exemplo de como funcionam bem alguns hospitais: conheço um hospital em que os doentes não esperam mais do que um mês para serem operados às cataras, podendo até no espaço de 2 meses serem operados aos dois olhos,a lista de espera é pequenissima,excelente!!! Mas no entanto há doentes desde Junho/ Julho de 2005 à espera para serem chamados para uma 1ª Consulta!E isto porquê?? O quadro médico de oftalmologia está vazio,os concursos ficam desertos, os médicos que fazem cirurgia e consulta são contratados( empresa), não vão diáriamente e as credenciais vão-se acumulando!! De quem é a culpa???
Atenciosamente,MARIA PAPOILA

Anónimo disse...

Como o que escrevi no comentário anterior, pode levar a erros de interpretação, onde digo que "Para dar um exemplo de como funcionam bem alguns hospitais" quero dizer "Para dar um exemplo de como funcionam ""bem"" alguns hospitais".
Já agora também aproveito para explicar que os doentes não esperam mais do que 1 mês para serem operados, mas só DESDE A CONSULTA ONDE É FEITA A PROPOSTA CIRURGICA E ENTRAM NA LIC!!! Antes devem ter esperado mais de 2 a 3 anos pela 1ª consulta! E quando vão à consulta do pós operatório são logo propostos para a 2ª cirurgia( se for o caso). Existem até casos em que, de dois vizinhos que tinham credenciais para consulta de oftalmologia, um ainda não teve a sua 1ª consulta de oftalmologia há vários anos à espera e o outro( que também teve de esperar alguns anos pela 1ª consulta) já foi operado aos 2 olhos em nenos de 2 meses!!!!
Será correcto???
MARIA PAPOILA

Anónimo disse...

não percebo este país, só quando se sentem "apertados" é que reclamam que também poderemos ser melhores.... Grande parte das vezes não passa de "fumo sem fogo!"
E as consultas? qual é o tempo de espera? e de cirurgia? este país é mesmo uma anedota, e os nossos dirigentes fazem parte dela... da anedota!!!!
ás vezes até parece que não é possivel!!!!

Mónica (em Campanhã) disse...

sobre as listas de espera de Oftalmologia, é bom não esquecer que há milhares de doentes que nem em lista de espera para consulta estão, fruto de longos anos de não acesso às mesmas. os doentes ou já nem vêm aos CS pedir ajuda oftalmológica, ou os médicos de família já nem os referenciam por saberem que não há resposta.

pessoalmente, tenho colaborado nisso, mas vou deixar de o fazer. doravante pedirei consulta de Oftalmologia a todos os doentes com indicação para tal.

o hospital de referência para o CS onde trabalho tem inclusive normas escritas sobre isto. não é possível referenciar sem diagnóstico. o doente tem de ir 1ª à privada e trazer de lá informação escrita de que tem, por ex, catarata com indicação cirúrgica. é com essa informação que enviamos o nosso pedido de consulta. o doente depois espera 3 ou 4 anos pela consulta hospitalar. só nessa consulta é confirmada a indicação cirúrgica e o doente é inserido em lista de espera. depois é só esperar mais alguns anos pela cirurgia. parece mentira, mas é verdade, em 2008 e não é em Freixo de Espada à Cinta.

Anónimo disse...

E que tal verificar a produtividade de cada profissional e de cada serviço?
Como todos sabemos, a questão das listas de espera, seja para consultas, seja para cirurgias, seja para o que fôr, varia conforme o serviço, e nestes, conforme o profissional.
Não há muitos anos, um dirigente do Ministério da Saúde desabafava que num dos grandes hospitais de Lisboa, se se contassem o número de gabinetes de oftalmologia, e o número de oftalmologistas daquele hospital, mesmo estando os gabinetes ocupados 24 horas por dia, sete dias por semana, ainda assim haveria médicos sem trabalhar - falta de gabinetes ou médicos a mais.
Eu cá para mim a questão da saúde em Portugal começa cada vez mais a torna~-se um caso de polícia