domingo, abril 13, 2008

Terramoto na Missão para os Cuidados de Saúde Primários !

 

Sabemos que nem tudo o que os jornais dizem é verdade.

Mas não há fumo sem fogo...

 

Aqui no Público, em última hora:

"Luís Pisco recusa revelar razões para afastamento

Coordenador dos cuidados de saúde primários apresenta demissão à ministra Ana Jorge

13.04.2008 - 21h00 Margarida Gomes

O coordenador nacional da Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCSP), Luís Pisco, formalizou a sua demissão à ministra da Saúde na passada terça-feira, por considerar ser “incapaz de levar para a frente a tarefa de reconfiguração dos centros de saúde”, mas Ana Jorge, está a tentar demovê-lo.
Ao que o PÚBLICO apurou, a decisão de se demitir foi previamente comunicada por Luís Pisco numa reunião na segunda-feira da semana passada com toda a equipa da unidade de missão, incluindo cinco coordenadores regionais, na qual o coordenador nacional terá declarado que em relação à implementação dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES): “Somos mais um problema do que solução”.
Confrontado pelo PÚBLICO, Luís Pisco confirmou hoje que apresentou a sua demissão à ministra da Saúde, mas recusou revelar as razões que o levaram a tomar a decisão. “Esta não é a altura para prestar mais declarações sobre essa questão até porque amanhã vou ter uma reunião com a ministra para tratar desse assunto”, afirmou.
Na reunião de segunda-feira, Luís Pisco comunicou a intenção de se demitir do cargo, dando conta de “problemas internos” ao nível da Missão para os Cuidados de Saúde Primários e “outros do Ministério da Saúde” que entendia poderem ser de “per si” resolvidos, mas “em conjunto previa de difícil ou impossível solução”. O coordenador da missão nacional iniciou a reunião justificando a ausência de ordem de trabalhos com a necessidade de esclarecer a sua posição pessoal face às duas tarefas da MCSP, designadamente a implementação das Unidades de Saúde Familiares(USF) e a reconfiguração dos Centros de Saúde através da criação dos ACES.
De acordo com a acta da reunião a que o PÚBLICO teve acesso, Luís Pisco terá comunicado a intenção de “apresentar nesse mesmo dia ou no dia seguinte” a sua demissão à ministra da Saúde, ficando dependente, do resultado desta reunião, as condições e prazos para a cessação das actividades da MCSP, nomeadamente no que se refere às USF de modelo B. Nessa reunião esclareceu que, enquanto coordenador da MCSP, era “ incapaz de levar para a frente a tarefa da reconfiguração dos Centros de Saúde. “Por culpa própria eu não tenho condições para ir ao encontro da implementação das ACES e com estas pessoas será muito difícil; sem elas também, será difícil”.
Apesar de reconhecer a necessidade da implementação das ACES, enquanto ponto essencial para a concretização e desenvolvimento da reforma dos centros de saúde primários (CSP), o coordenador nacional da MSCP declarou “não ter condições pessoais nem estar disposto a mediar eventuais estratégias divergentes com as administrações regionais de saúde (ARS), admitindo a hipótese de se encontrar dentro da missão para os cuidados de saúde primários um novo coordenador”.
Os contornos desta situação serão discutidos amanhã na reunião entre a ministra da Saúde e o coordenador nacional da MCSP."

6 comentários:

Carago disse...

Pois...também se comenta nos mentideros lisboetas que está a correr um golpe palaciano no interior da MCSP, golpe esse liderado por uma ala afecta a uma estrutura sindical médica em que Luis Pisco se tem apoiado mas que resolveu acelerar e deixá-lo a falar sozinho entre duas águas...
Outros dizem que há no seio da MCSP ambições pessoais notórias...
Não se percebe bem é como é que se fala em encontrar outro coordenador dentro da MCSP...a não ser que se passe uma esponja pela Resolução do Conselho de Ministros que renovou o mandato da MCSP ( com atribuições acrescidas, refira-se) e nomeou NOMINALMENTE Luis Pisco como Coordenador...
Seja qual for a decisão da Ministra, a posição de Luis Pisco não é fácil..Se não for aceite a demissão terá que fazer uma limpeza do balneário à vassourada...

Anónimo disse...

O que é triste é que hoje ninguem incluindo médicos confia no SNS nem em muito do privado que ainda por cima não é acessivel a qualquer bolsa,é salve-se quem puder criou-se a confusão geral.

Anónimo disse...

Não quero dar falsas esperanças, mas com coisas sérias não se brinca!!!
Até se ver o fim há que pensar que o bom senso permanece!
Todos têm que pensar que o que decidirem afecta a população do país, penso que não queiram brincar connosco.
Durmam, descansem e pensem melhor amahã já que o travesseiro é um bom consultor!!!!

Anónimo disse...

O SNS relativamente a CSP tem funcionado bastante bem.Não é possível fazer omeletas sem ovos, e dada a idade da maior parte dos clínicos ninguém acredita na eficácia de atender utentes como quem fabrica, ou melhor, verifica salsichas. Os médicos que de facto têm exercido clínica sabem que é impraticável a tal política de USF. Não acrescentam nenhuma melhoria em termos de qualidade.Pelo contrário...

Anónimo disse...

Caro senhor Anónimo (terceiro desta série de comentários) o senhor não tem razão. Não é uma questão de opinião, é uma questão de facto. As USF apresentam resultados mensuráveis que demonstram um manifesto aumento da qualidade dos cuidados prestados, quer em termos de acesso da população quer da satisfação de populações e dos profissionais. Se se der ao trabalho de procurar (e não precisa de ir longe - basta ir ao sítio da Missão para os Cuidados de Saúde Primários) encontrará essa demonstração, feita por observadores independentes. Se ainda assim tiver dúvidas dirija-se a qualquer USF e fale com os pacientes e com os profissionais e comprove por si mesmo o que afirmo.

Efectivamente uma grande parte dos médicos, seja pela idade seja por outros motivos, não está interessada em mudar, e esse é um problema difícil de resolver. As USF, contudo, seguem o que de melhor se faz no mundo civilizado. Se esta aposta falhar é o país inteiro que perde.

Mónica (em Campanhã) disse...

se Luís Pisco quer sair é porque os jogos de bastidores para distribuição de jobs for the boys devem estar a tomar conta do processo que ele conduziu de forma limpa e profissional. é um péssimo sinal para todos os médicos que querem o melhor não para si mas para os cuidados de saúde primários.

quanto às USF, não aderir não significa não querer mudança. eu não aderi (por não ter encontrado uma oportunidade convincente), mas ansiava pela reconfiguração para uma mudança efectiva, num sentido semelhante ao seguido pelas USF.