TURISMO MÉDICO OU ALGO MAIS ?
Câmaras recorrem a Cuba. (Correio da Manhã)
Mais duas Câmaras algarvias – Castro Marim e Aljezur – acabam de celebrar protocolos com os serviços médicos de Cuba, apurou o CM. O objectivo é permitir o tratamento de munícipes com problemas oftalmológicos naquele país. Vila Real de Santo António foi o município pioneiro neste tipo de cooperação.
Aljezur conta já com uma dezena de inscritos. Manuel Marreiros, presidente da autarquia, disse ao CM que "os primeiros quatro munícipes seguirão no dia 9 de Maio para Cuba". O edil frisa que "há casos de pessoas quase cegas", devido à falta de resposta atempada dos serviços públicos de saúde portugueses. Esses doentes não têm meios económicos para recorrer a clínicas privadas.
O autarca refere que "o preço da operação é quase zero, dado que o valor a pagar pela Câmara inclui, além dos exames e do transporte em território cubano, o alojamento por 15 dias. E salienta ainda que "há problemas que em Portugal não têm solução e que lá têm".
Segundo o protocolo, o custo por paciente intervencionado às cataratas é de 1300 euros, ao pterígio de 450 euros, à retinose pigmentar de 4500 euros, ao glaucoma de 750 euros e ao estrabismo de 600 euros. A intervenção cirúrgica a miopias, hipermetropias e o tratamento com excimer laser orça em 3000 euros.
Castro Marim foi outro concelho que celebrou, há poucos dias, um acordo com Cuba. O presidente da autarquia diz que ainda não está marcada a deslocação de doentes, mas "esta é mais uma porta aberta em caso de necessidade". José Estevens recorda que, desde há seis anos, a autarquia apoia quem precisa de ser operado em clínicas privadas e não tem meios para isso. Cinquenta munícipes já foram intervencionados, o que implicou o investimento de 60 mil euros.
Será que não há entidades privadas que em território nacional e pelo mesmo preço (ou menos até), já que o SNS se mostra incapaz ( o porquê é outra história), resolvam estes problemas? Porque é que os Hospitais EPE não contratam oftalmologistas do país vizinho ou contratam com uma entidade privada essas cirurgias oftalmológicas? Já aqui se focou esse tipo de solução encontrada...
E quais são os problemas que a Medicina Cubana resolve e a Portuguesa não? Será do género da cegueira pelo mau-olhado?
Há aqui algo que está mal contado nesta história de Cuba...
6 comentários:
Realmente também me parece que há algo mal contado nestas histórias sobre a qualidade da medicina cubana.
Estive lá no ano passado. Conversando com o motorista de taxi que me transportou, ele, querendo enaltecer a dita qualidade, contava-me que o seu irmão tinha tido um acidente e fracturado o fémur. Teria de imediato sido operado "com uns arames e uns arcos à volta da coxa, sem sequer cortarem a pele" e teria ficado "quase" sem problemas.
Fixador externo de Ilizarov, sem qualquer dúvida.
Inquiri se o irmão tinha tido uma fractura exposta ou se tinha grandes feridas, respondeu-me peremptoriamente que não, "só uma fractura a meio do osso e os ossos não estavam de fora, nem tinha feridas".
Eu nem queria acreditar.
Um fixador externo de Ilizarov numa fractura simples e fechada do fémur é impensável no mundo civilizado de hoje !!!!
Mas é o método mais baratucho que conheço.
eu não percebo o que é que Cuba oferece que nós, um pais supostamente mais desenvolvido não consegue oferecer com a mesma rapidez? sim, até pode ser estranho... mas a verdade é que é oferecido uma possibilidade a quem não vê de poder voltar a ver, e isso é que interessa!
Se fosse eu, e não tivesse possibilidades financeiras de poder aceder a uma clinica privada em Portugal (como a grande maioria dos nossos idosos) preferiria certamente ir a Cuba do que ficar à espera por uma consulta no sistema de saúde em Portugal, que poderia acontecer depois de já ter morrido!
A ida de doentes a Cuba só peca por ser uma iniciativa desgarrada. Deveria ser uma medida governamental. Muito mal se diz de Cuba, mas ainda arranja um lugarzito para os pobres de Portugal.
Quem deveria estar envergonhado são os oftalmologistas de Portugal que durante décadas afunilaram as consultas hospitalares e as cirurgias obrigando os doentes a empenharem-se para pagar as ditas facectomias. Esses oftalmologistas que se calem, assim como o seu chefe oftalmológico, o dr Pedro Nunes!
esclareça-me quando refere "a ida de doentes a Cuba só peca por ser uma iniciativa desgarrada. Deveria ser uma medida governamental". A medida governamental a que se refere são as próprias idas a Cuba ou à TOTAL RESPONSABILIDADE DO ESTADO EM FACULTAR NO ACESSO A CONSULTAS/INTERVENÇÕES NA ÁREA DA OFTALMOLOGIA?
Por acaso é oftalmologista?
por acaso não, porquê?
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