Substituição por genéricos sem autorização do médico é ilegal
06 de Abril de 2009, 21:40
Lisboa, 06 Abr (Lusa) - O Ministério da Saúde garantiu hoje que não vai pactuar com a troca de medicamentos de marca por genéricos mais baratos contra a vontade dos clínicos e exigiu à Associação Nacional de Farmácias que tome medidas para repôr a legalidade.
"O Ministério da Saúde não pode pactuar com qualquer iniciativa que não observe o princípio da legalidade (...). Foi já transmitida ao presidente da Associação Nacional das Farmácias a necessidade de que tome as medidas adequadas para que o acesso aos medicamentos sujeitos a prescrição médica se continue a fazer na estrita observância do quadro legal", afirma a ministra da Saúde, em comunicado.
Ana Jorge adianta que "a promoção da crescente utilização dos medicamentos genéricos, de uma forma responsável, informada e dentro do quadro legal em vigor, é um objectivo para o qual o Ministério da Saúde conta com a colaboração de todos os parceiros do sector".
A legislação em vigor estabelece que a alteração dos medicamentos prescritos no momento da dispensa apenas pode acontecer mediante pedido do utente e com autorização expressa do médico prescritor.
No entanto, desde quarta-feira passada, as farmácias começaram a substituir medicamentos receitados pelos médicos por genéricos mais baratos, mesmo quando os clínicos se opôem à troca, uma medida que a Ordem dos Médicos ameaçou denunciar ao Ministério Público, por também considerar ilegal.
A Associação Nacional de Farmácias garantiu que a medida levou utentes e Estado a poupar cerca de 86,4 mil euros em apenas dois dias.
Segundo a ministra da Saúde, "o incentivo à utilização dos medicamentos genéricos tem sido uma constante preocupação do Governo e os resultados das medidas tomadas reflectem-se no contínuo aumento da sua quota em volume, de 5,09 por cento em Janeiro de 2004, para 14,37 por cento em Janeiro deste ano".
Ana Jorge adianta ainda que a alteração da prescrição médica que a Associação Nacional de Farmácias está a promover não consta da documentação que lhe foi entregue a 31 de Março numa reunião com a tutela, a propósito de uma campanha sobre a poupança de medicamentos genéricos em detrimento de medicamentos de marca.
MLS.
4 comentários:
É caso para perguntar, quem é que os farmaceuticos vão ouvir?
A ministra ou o João Cordeiro!
Aguardo para ver, mas tenho um "feeling", que vão pender mais para o João Cordeiro.
Aguardemos!
Ou não fosse a ministra uma médica (com dinheiro para comprar os medicamentos todos de marca, como tudo o resto).
Segundo anónimo,
quer-me dizer que este comunicado da Ministra, saiu por ela ser médica!?
Por amor de Deus, não cheguemos aí!
Ao terceiro anónimo, quer-me dizer que se a ministra não fosse médica as coisas seriam iguais? que se ela não fosse médica podia ser o médico a decidir a marca de dos medicamentos que o doente vai tomar/pagar? Engane-me que eu gosto.
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