quinta-feira, janeiro 15, 2009

Assim trabalha a máquina propagandística de Sócrates!

Medida apresentada por Sócrates no Parlamento
Banco de células do cordão umbilical anunciado ontem está instalado há dois anos
15.01.2009 - 16h28 Ana Machado

O banco de recolha de células de cordão umbilical que irá arrancar este ano, tal como foi ontem anunciado no Parlamento pelo primeiro-ministro José Sócrates, está instalado há dois anos no Centro de Histocompatibilidade do Norte, a entidade que também faz a recolha de medula óssea a nível nacional. As máquinas necessárias para a recolha e conservação custaram meio milhão de euros. E até já se fizeram recolhas. Mas todo o sistema está desligado à espera do Governo.

Helena Alves, directora do Centro de Histocompatibilidade do Norte, lembra a história atribulada deste banco público de células de cordão umbilical, que já tinha sido anunciado, em 2005, como então o PÚBLICO noticiou, para arrancar no Centro Regional do Sangue do Porto. Mas acabou por não ir para a frente. “As propostas que foram feitas estavam desfasadas do que é a cobertura sanitária do país”.Há dois anos a escolha sobre a entidade acolhedora acabou por recair no Centro de Histocompatibilidade, decisão que Helena Alves aplaudiu, uma vez que é esta entidade que já acumulou experiência na área da recolha de material biológico de transplantação, como é o caso da medula. Portugal ocupa hoje o terceiro lugar do "ranking" europeu na recolha de medula óssea, atrás do Reino Unido e da Alemanha, feito conseguido em apenas três anos.

Com as células de cordão, Helena Alves estaria disposta a repetir o mesmo trabalho: “Temos tudo montado há dois anos e estávamos a fazer congelações. Mas não me posso adiantar à agenda política”, diz a especialista que adianta que a maquinaria foi comprada com as verbas do PIDDAC de 2006.

“Há uns meses desligámos o azoto”, diz Helena Alves, que lembra o custo do azoto líquido necessário para a congelação das amostras. O que resta das amostras entretanto preservadas, diz a responsável, está ao cuidado do Instituto Português de Oncologia do Porto e lembra que até já recolheram sangue de cordão umbilical de um bebé primo de uma criança que tem uma doença rara.

“A politização é sempre lesiva para os doentes. Temos o equipamento, o consentimento dos doentes, mas temos de esperar que o Governo diga que é agora”, lamenta a investigadora.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tudo é feito para a imagem nada se faz por necessidade!