terça-feira, janeiro 06, 2009

Uma questão de (des)informação dos utentes...o INEM tem razão...

INEM recusa levar doente oncológico terminal para IPO
Manuel Machado ficou apenas meia hora na ambulância. Acabou por ser transportado por um filho
00h30m
MARTA NEVES


É com revolta que Teresa Machado lembra a madrugada de domingo, quando o INEM se recusou a transportar o seu pai, doente oncológico, para o IPO. A equipa de emergência terá alegado que "cumpria ordens".
Foi por volta das quatro da manhã do passado domingo que a família de Manuel Machado, residente em Águas Santas (Maia), se viu forçada a recorrer à ajuda do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). O homem, de 60 anos, a quem, há um ano e meio, foi diagnosticado um tumor no intestino, "estava numa aflição imensa, aos gritos, desesperado com tantas dores", recordou, ao JN, a filha Teresa Machado.


Devido ao facto do pai se encontrar acamado e "dada a aflição", Teresa e o irmão, José Manuel, ligaram para o 112. "Durante a chamada expliquei que o meu pai era doente oncológico terminal, que estava com uma crise aguda e que precisava de ser transportado para o Instituto Português de Oncologia (IPO), onde já estava uma equipa médica à sua espera", contou Teresa, acrescentando: "Foi quando do outro lado me responderam que já vinha uma ambulância a caminho".

Nem dez minutos terá demorado a chegar a viatura de emergência médica ao número 155 da Rua da Capela. E qual não foi o espanto dos filhos de Manuel Machado quando viram os elementos do INEM a transportarem o doente numa cadeira de rodas até à ambulância. "A minha mãe bem perguntou se não tinham uma maca, porque, dado que o meu pai estava acamado, seria muito mais fácil a sua estabilização. Contudo, foi assim mesmo transportado para dentro da viatura", sublinhou a filha.
"Os problemas" terão começado quando a equipa médica perguntou para onde seria transportado Manuel.

À resposta da filha do doente que a deslocação seria para o IPO, "tal, como aliás, tinha dito por telefone", os elementos do INEM terão informado "que só poderia levá-lo para o Hospital de S. João".

Depois de meia hora "a discutir-se" para onde levar Manuel, com o doente dentro da ambulância "numa aflição" e dada a atitude intransigente da equipa do INEM, restou ao doente ser transportado pelo filho, com o banco da frente do carro rebatido, e o irmão a segurá-lo no banco de trás. Não sem antes a família ter assinado um documento "como o INEM veio ao local socorrer o meu pai", explicou Teresa Machado, enquanto critica a "desumanidade com que uma equipa médica, que assiste casos de emergência, lidou com o caso".
"Por mais que queira não consigo esquecer toda a situação vivida na madrugada de domingo, com muito frio, onde o meu pai muito debilitado gritava com dores. A minha tia bem lhes disse: 'Acudam-nos que o meu cunhado ainda morre aqui!'. Mas nada fizeram. Para que serve ligar para o INEM se não é para ajudar em casos como este?", concluiu, revoltada Teresa Machado.

IPO não faz parte de rede de urgência

Contactado pelo JN, o INEM justificou, ontem, por escrito que "o IPO não faz parte da rede nacional de urgências e, como tal, não pode levar nenhum doente para instituições que não estejam contempladas no decreto-lei que organiza a rede". "Na base desta rede não está a presunção de que um doente está em tratamento num determinado local, clínica ou IPO, mas sim a efectiva emergência do caso, que pode ser sempre tratado em qualquer Unidade Hospitalar", alega.

16 comentários:

Anónimo disse...

Antes de mais, bom ano! Caro MEMAI, o INEM formalmente tem razão, é verdade. Mas eu questiono-me até q ponto é q isto n é uma regulamentação cega... Nestas situações, n seria preferível levar o doente para onde já o aguardam e onde já conhecem a sua história clínica? Acho q o INEM, ou as leis q o regulam, não deveriam ser tão 8 ou 80... Cumprimentos, NA

Anónimo disse...

Não fazendo o IPO do POrto parte da rede de urgencias faz todo o sentido que o inem não faço transportes de doentes para este instituto! Até porque o IPO não possui urgencias, mas sim um serviço de atendimento não programada, que em espaço fisico, condições técnicas e até humanas nada se asemelha a um serviço de urgencia!

Anónimo disse...

Mas afinal, estão a brincar com isto, ou a tentar desculpar o indesculpável?!
Quem é que precisava do serviço urgente, o doente ou o IPO do Porto.
Pare-se com esta pouca vergonha da assistência pré hospitalar, seja ela para um sap, sub, hospital central, distrital ou um IPO.
Isto é desumano.

Sahaisis disse...

confesso que estou demasiado cansada para ler a notícia na integra, mas o título é no mínimo insólito...o IPO é um hospital como outro qualquer...

Anónimo disse...

O problema é o conceito latino de emergência...esse é que está errado, lembro que o INEM ou Instituto Nacional de Emergência Médica deve atender casos em que de risco de vida - é uma questão de gestão de recursos.
Obviamente que se um cidadão se encontra com dores intensas mas não tem a sua vida em risco o INEM tem toda legitimidade de proceder deste modo. Não deixa de ser irónico que caso o INEM não proceda desta forma, as mesmas pessoas indignadas arriscam-se a ter um enfarte ou um acidente de viação e não serem socorridas a tempo e horas porque a viatura do INEM está a caminho do IPO...
www.hospitalportugal.blog.com

Sahaisis disse...

sim..hospital portugal...com um doente que ainda que paliativo, pode ser emergente...já que não se vai deixar um doente destes morrer de...edema agudo do pulmão...certo?

Anónimo disse...

Mas o INEM só pode actuar em casos de risco de vida? Então, por exemplo se eu fizer uma luxação de um qq osso. sei lá... clavícula ou coisa q o valha, se ligar para o 112, será q n tenho direito a assistência? Creio q n se morre de uma luxação do ombro, mas caramba... Obvia\ q n se deve usar o INEM só pq sim, mas axo q em casos emergentes e específicos - como me parece q foi o q aconteceu - não acabava por ser mais economizador de recursos levar o doente para um local onde o conhecem (o seu historial clínico, bem entendido)? Acho q por vezes falta alguma ponderação a quem manda. Cumprimentos, NA

Médico Explica disse...

Caro NA.

Tem o direito de "axar", mas "axa mal"!

INEM quer dizer Instituto Nacional de Emergência Médica. Emergência quer dizer: doença ou acidente súbitos com risco de vida em minutos ou horas. Não se telefona para o INEM, mas para o 112, onde está sediado o CODU - Centro de Orientação de Doentes Urgentes, que como o nome inidica, ORIENTA os doentes e decide. Não é o doente urgente ou os familiares que "orientam". Imagine se todos decidissem ser encaminahdos para os hospitais que a comunicaçáo social diz que são bons e rejeitar aqueles que a mesma COMUNI9CAÇÃO SOCIAL diz que são maus?

Anónimo disse...

Mas MEMAI, não foi isso q eu quis dizer, como bem percebeu. Obviamente q é descabido os familiares ou os doentes orientarem o INEM, mas, como é mto caro dizer-se na medicina: cada caso é um caso, é só o q "axo". (E, já agora, MEMAI, n há por aí nenhum médico q me explique pq é q eu, q até considero saber escrever com alguma correcção, já apanhei os maus tiques dos sms q recebo e já escrevo axo?.. Mas escusa de o destacar com tanto entusiasmo, tb já vi o MEMAI agredir por aí ferozmente a correcção ortográfica... só não erra quem não faz.) Cumprimentos, NA.

Médico Explica disse...

O meu "axo" foi em tom de brincadeira. Kem n escreve axim nos telemoveis, depois de mt se rir dos miúdos...

Anónimo disse...

MEMAI, preciso de ajuda caramba! É que eu nc tive o hábito de fz essas coisas. Faço abreviaturas, como toda a gente... agora substituições parvas por Xs, Ks e afins, nc me deu para isso. Há-de haver aí algum mecanismo mental q explique isto... Será do campo da psiquiatria? Psicologia? Neurologia? Ou serei um tipo com burrice a mais, q ajo por imitação? Como diz aquele "bonito" programa da TVI: Dr, preciso de ajuda! Cumprimentos, NA

Anónimo disse...

Só não percebo por que é que o INEM enviou uma viatura se afinal não queria transportar o doente... ou foi a familia que não aceitou o transporte para outro hospital?

E qto a ter direito a ser assistido quando se cai, se parte um osso, se faz um golpe, claro que tem! Mas não tem o direito de ser assistido pelo INEM... porque qdo tiver um problema grave aí vai reinvindicar o seu direito a ser assistido e com razão. E com tantos direitos todos temos obrigação de cumprir as regras estipuladas nos serviços de saude e referenciação de doentes.
E se o INEM fosse fazer vista grossa, andava sempre a transportar doentes para onde estes queriam e não para onde devia... por que se há pessoas que não são solidárias ou com comportamentos cívicos, são os doentes na hora de aflição... aí querem tudo e mais alguma coisa para si, nem que tenham uma gripe e o doente do lado esteja a morrer...

Anónimo disse...

é só rir :::::::::::

Anónimo disse...

Anónimo, eu n falei em cair e partir um osso, estou em crer. Já caí, já parti um osso e fui a pé até ao hospital. Tenha lá rigor qd me cita, ou se refere ao que eu disse. NA

Anónimo disse...

Imagine-se que este doente estava em Faro, mas era seguido no IPO do Porto...

- Ó "Faxavor", sr condutor do inem, é para o ipo do porto. E despache-se que eu tenho dores!

Ja bastam as outras vezes todas que as ambulancias de emergencia andam a fazer de taxis.

Anónimo disse...

Todos os doentes do IPO são informados que em situação de urgência devem dirigir-se ao serviço de urgência da área de residênica e depois se a situação o exigir serão encaminhados daí para o IPO.
O que percebi da notícia é que a filha perante o agravamento do doente ligou directamente para o IPO que o aguardavam, no entanto a senhora deveria ter contactado um serviço de transportes ou transportado pessoalmente o seu familiar e não ligar ao INEM que como já foi dito anteriormente encaminha o doente para a rede de urgênicas de acordo com o protocolo. Se o IPO não tem urgências jamais o poderiam encaminhar para lá!!
O que não faz sentido é o IPO não ter Urgência!!!