Lei britânica sobre embriões aprovada na generalidade
13.05.2008 - 17h48 Ana Gerschenfeld, Público
Não foi um voto apertado: ontem, no Parlamento britânico, 340 deputados contra 78 aprovaram, na generalidade, o novo projecto de lei sobre fertilização humana e embriologia. O texto deverá ser debatido na especialidade já para a semana, regressando à câmara dos Comuns para aprovação final antes de transitar para a câmara dos Lordes e ser aprovado como lei pela rainha.
O projecto de lei tem gerado muita controvérsia na Grã-Bretanha, principalmente devido à posição da Igreja Católica – a tal ponto que, há semanas, o primeiro-ministro Gordon Brown se viu obrigado a dar liberdade de voto aos deputados trabalhistas.
Não é de admirar que assim tenha acontecido, uma vez que os principais pontos do texto em debate são realmente pioneiros.
Trata-se de legalizar a criação de embriões híbridos de animal e humano para fins de investigação médica (de doenças incuráveis como o Parkinson ou o Alzheimer); de autorizar os pais com um filho gravemente doente a recorrer à fertilização in vitro (FIV) para escolher, graças ao diagnóstico pré-implantatório, um irmão ou irmã geneticamente compatível que possa doar tecidos para o tratar; e de eliminar a necessidade de um pai para recorrer à FIV, sendo esta figura substituída pela de “figura parental”. Em particular, esta última disposição permitirá que os casais de lésbicas recorram à FIV.
Um grande passo para a ciência e investigação, sem dúvida. No entanto pergunto-me, se do ponto de vista, ético, moral e filosófico a humanidade está preparada para este facto.
1 comentário:
concordo! certamente um grande passo para a ciência e investigação, mas parece-me que o ser humano pode não estar preparado para tal. Enquanto pessoa faz-me uma certa confusão, enquanto MÃE, certamente não pensava duas vezes!
Enviar um comentário