segunda-feira, junho 09, 2008

Quem foi que falou no controle dos custos?

Doentes esperam há seis meses por novo remédio

DN-PATRÍCIA JESUS

Aprovado pelo Infarmed em Dezembro do ano passado, o 'Atripla', remédio que junta num só comprimido três dos anti-retrovirais mais usados pelos doentes, permite reduzir o número de tomas e está há seis meses à espera da fixação do preço para entrar no mercado português


Medicamento espera que preço seja definido O Infarmed já aprovou o Atripla, um medicamento inovador que reúne num comprimido os três fármacos mais utilizados para o tratamento do VIH (vírus da imunodeficiência humana), mas os doentes ainda não podem comprar este medicamento.Carlos Pires, da Autoridade Nacional do Medicamento, explica que só depois da Direcção-Geral das Actividades Económicas (órgão do Ministério da Economia) estabelecer o preço, o Infarmed pode decidir sobre a comparticipação. E só então é que o Atripla, que já recebeu a autorização da Autoridade a 13 de Dezembro de 2007, pode chegar finalmente às farmácias.


Menos comprimidos O Atripla é fruto de uma colaboração pouco habitual na indústria farmacêutica: três laboratórios - a Gilead, a Bristol-Myers Squibb e a Merck - juntaram um anti-retroviral de cada um num só comprimido - efavirenz, emtricitabina e tenofovir.


Amílcar Soares, presidente da Associação Positivo, explica que este medicamento "é sobretudo um facilitador da toma", que vem simplificar a vida à maioria dos doentes, que, assim, em vez de terem que tomar três comprimidos tomarão apenas um.

"Tudo o que venha simplificar a vida aos doentes é bem vindo", reagiu ao DN, por sua vez, Margarida Martins, da Abraço, associação que apoia doentes com sida.

Quando os primeiros tratamentos anti-retrovirais foram lançados, em 1996, os doentes tinham de tomar até 30 comprimidos por dia, alguns com o estômago vazio, outros em diferentes horários ao longo do dia.


O Atripla vem revolucionar o quotidiano destes doentes. "A pessoa não precisa de andar preocupada com três medicamentos, para tomar de manhã, à tarde e à noite", explica ainda Amílcar Soares. O Atripla toma-se uma vez por dia. "Acho que vai deixar as pessoas mais felizes e, sobretudo, vai fazer com que adiram melhor à terapia." Além disso, a toma de apenas um comprimido evita que as pessoas tenham que esconder a medicação para fugir a perguntas. Daí que, para os especialistas, o principal benefício deste medicamento seja ao nível psicológico.

1 comentário:

shaun_the_sheep disse...

e quem é que está a beneficiar pelo facto do medicamento ainda não estar disponivel????? OS DOENTES CERTAMENTE NÃO!