Denúncias sobre a ULS de Matosinhos
médicaquetambémexplica disse...
acresce a esta vergonha, o facto de serviços como o de Oftalmologia do H Pedro Hispano, Matosinhos, que não dão resposta aos pedidos de consulta dos médicos de família da área de referência (só permitindo, por exemplo, o acesso à lista de espera para consulta a doentes com relatório de Oftalmologista privado indicando diagnóstico de patologia cirúrgica), serviços como este ainda têm a brilhante ideia de ir aos Centros de Saúde de Matosinhos fazer "rastreios", com cartazes e folhetos coloridos anunciando factores de risco para cegueira, alarmando os doentes, sem oferecerem depois nem capacidade de rastrear todos os que alarmaram, nem resposta aceitável para os rastreados.não sei como é que isto é suportado por utentes, por nós médicos de família e pelos directores dos CS!
Domingo, Maio 11, 2008
médicaquetambémexplica disse...
a experiência na ULS Matosinhos corre bastante mal. por exemplo, uma TAC osteo-articular neste momento, já não tem marcações até ao fim do ano. TAC realizadas cerca de um mês depois de solictadas, demoram 2 meses a ter um relatório disponível. TAC com alterações grosseiras e severas (um tumor renal, um fígado metastizado, pelo menos essas 2 ocorreram no meu CS) não são relatadas prioritariamente nem geram um alerta imediato ao médico que as pediu, como acontecia em qualquer entidade privada convencionada.com é que todos nós (utentes, profissionais e chefias) continuamos a permitir isto?
Domingo, Maio 11, 2008
Pela parte que me toca, o contributo da MEDICAQUETAMBÉMEXPLICA será sempre bem vindo.
Estas denúncias na blogosfera, muitas vezes sob o anonimato, necessitam contudo de confirmação e/ou desmentido dos implicados e dos responsáveis.
O MEMAI está igualmente aberto à divulgação dessas informações
5 comentários:
Seria uma injustiça para a Oftalmologia se não mencionasse também a Dermatologia e da Endocrinologia que contornam a questão da listas de espera para consulta de uma forma inovadora: não permitindo, simplesmente, que haja referenciação.
A Dermatologia funciona através de um sistema de tele-consulta. Um médico de família atende os doentes que necessitem de cuidados em Dermatologia, colhe a história, fotografa-os, apresenta-os ao Dematologista do H Pedro Hispano e dá o feed-back ao médico de família do doente. Casos seleccionados são efectivamente marcados para consulta hospitalar. Isto seria menos mau se: 1) o sistema não funcionasse com longos atrasos e mesmo interrupções (durante as quais não há possibilidade de qualquer referenciação, o que não é oficialmente assumido pela ULSM), o que acontece por indisponibilidade periódica quer da Dermatologia, quer do Centro de Saúde; 2) se nos Centros de Saúde não houvesse milhares de doentes sem médico de família, tornando questionável que ainda assim estejam médicos de família a usar o seu horário de trabalho para fazer o trabalho de Dermatologistas que estão a menos de 1 Km de distância.
A Endocrinologia funciona através de "consultadoria", com uma deslocação ao Centro de Saúde de um Endocrinologista 2x por mês. Os pedidos de colaboração são escritos e a Endocrinologista analisa cada um deixando a sua opinião e, em casos seleccionados, marcando consulta hospitalar. Não é, por exemplo, critério para marcação de consulta hospitalar a impossibilidade de o médico de família controlar uma diabetes grave através das sugestões dadas por quem faz consultadoria; também não é critério, por exemplo, uma diabetes insulinotratada com 20 anos de evolução e complicações generalizadas.
Qualquer um destes sistemas escapa às estatísticas, não gerando qualquer lista de espera para acesso à consulta nem registo informático das referenciações (nem no actual Alert nem no anterior sistema em que era possível determinar, pelo SINUS, as referenciações realizadas).
Acho importante desmistificar a ULS de matosinhos... pelo que passa na televisão e jornais parece ser um sistema perfeito, solução para resover os problemas de saude, na verdade os doentes tem demasiadas queixas do hospital mas também dos centros de saude onde não encontram o apoio necessario. A imagiologia não consegue sequer dar resposta aos doentes internados que esperam 1 semana por uma TAC, quanto mais a todos os doentes dos centros de aude que ficariam muito melhor servidos se fizessem os exames no privado! E os medicos trabalham comletamente de costas voltadas, quer dentro do hospital quer entre o hospital e centros de saude...!
O comentário anterior é muito pertinente e verdadeiro. Sabendo que situações assim inconcebíveis se repetem por hospitais e CS do país, trata-se disso mesmo, de desmitificar, não permitindo que a ULSM seja vista como um exemplo (como tem parecido nalgumas notícias recentes).
Citei outra vez.
Obrigado.
a não resposta de qualquer responsável ao MEMAI é suficientemente esclarecedora?
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