Os ratos que a montanha pare...
É o que apetece dizer ... muito se ouve falar do descontentamento dos portugueses relativamente ao SNS, mas quando se vai analisar o relatório da Inspecção Geral Actividades de Saúde relativo às reclamações chegadas aos Gabinetes do Utente em 2007, verifica-se que elas correspondem a 1,38 reclamações por cada mil actos assistenciais dos Hospitais e a 0,35 nos Centros de Saúde, actos assistenciais estes que são vários milhões por ano...
Os detractores do sistema virão dizer já a correr que os portugueses estão pouco habituados a reclamar e a usar os seus direitos... também...mas será que aquelas permilagens subiriam muito, mesmo assim?
5 comentários:
Convinha até esclarecer a natureza das reclamações: dividi-las entre as pertinentes e as "curiosamente irrelevantes e despropositadas". Chegar-se-ia a conclusões interessantíssimas sobre o tipo de perfil do utente que reclama.
Mas não posso deixar de discordar com o nosso anfitrião quando ele diz:
" Os detractores do sistema virão dizer já a correr que os portugueses estão pouco habituados a reclamar e a usar os seus direitos... também...mas será que aquelas permilagens subiriam muito, mesmo assim?"
Honestamente... Acha mesmo que que as pessoas reclamam tanto como devem? Eu trabalho numa Urgência e posso garantir-lhe que caso fosse utente iria reclamar sempre que a demora prevista para o meu atendimento fosse ultrapassada.
Estaria a agir incorrectamente? Estaria a prejudicar o trabalho dos profissionais? Enfermeiros, médicos, administrativos, auxiliares? Talvez até estivesse a ajudá-los... A minha reclamação como utente até vale mais do que uma reclamação de um profissional. Agora imagine se fôssemos muitos(como utentes) a reclamar? Existiria uma maior força, uma maior pressão para mudar as condições de trabalhoque nos beneficiaria a todos, profissionais e utentes
Não teremos as nossas expectativas niveladas por baixo e já nos teremos habituados a condições de mau atendimento (por ex a demora excessiva)?
Também há outro aspecto curioso em relação às queixas de demora no atendimento.. é que se demorarem a atender no SNS, cai o Céu e a Trindade - os médicos andam é a passear, não prestam, ninguém liga nenhuma, isto funciona mal, etc.. se a demora for a mesma ou até superior no privado... "este senhor doutor trabalha mesmo muito, temos que esperar 3 horas e tudo! é porque é muito bom!"
ou seja, qdo as pessoas vão ao SNS entram já com um preconceito, com todas as pedras na mão e tornam-se muito mais intolerantes a qualquer coisa que corra menos bem. Já qdo entram no privado vão tão (mal) convencidas que tudo corre ás mil maravilhas, que mesmo as faltas mais graves são desculpadas!
lol... o comentário anterior é certamente uma opinião generalizada! E eu concordo!
Mas o que as pessoas ainda não perceberam que tanto o público como o privado tem coisas boas e más....
Caros comentadores anónimos: uma achega. É que no SNS a consulta é gratuita e tem de ser para já, enquanto que na Privada é bem paga e por especial favor é que é atendido
O sistema de saúde, que se encontra dependente do Ministério da saúde, visa a efectivação do direito à protecção da saúde e é TENDENCIALMENTE GRATUITO para os utentes,tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos. O Ministério da Saúde e as administrações regionais de saúde PODEM CONTRATAR COM ENTIDADES PRIVADAS A PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAUDE AOS BENEFICIÁRIOS DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE, sempre que tal se afigure vantajoso.(informação retirada da lei de bases da saúde) dúvidas:
- é gratuito, mas não para todos certo?
- porque não para já se se fala da saúde das pessoas? mais ainda quando o ministério pode contratar com entidades privadas? o problema é que a partir do momento em que vai para o privado deixa de ser gratuita, certo?
e afinal em que ficamos? existe uma lei de bases para k? não era baseado nestes procedimentos que o sistema deveria funcionar?
onde vai ter um país que define linhas estratégias para se seguirem e depois não passam de um monte de papeis?
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