Os Mitos
A revista Lux é conhecida pelos mitos que fabrica e que vai alimentando de acordo com as conveniências do mercado social.
Mas numa crónica sobre saúde (cefaleias em crianças) alguns outros mitos são denunciados.
Pode ler-se:
“O balanço entre a investigação excessiva, cara e até nociva, e a atitude demasiado despreocupada que pode atrasar o diagnóstico de doença grave não é fácil de estabelecer.”
“Além do mais, o problema das dores de cabeça em crianças encontra-se rodeado de mitos.”
O mito "mais comum é o de que problemas de visão são causa frequente de cefaleias. É falso. Excepcionalmente, crianças com estrabismo discreto poderão, ao fim de algumas horas de leitura, queixar-se de dor ocular, mas na sua enorme maioria, na quase totalidade das crianças com dores de cabeça, essa não é a explicação.”
"Outro mito envolve a inflamação dos seios perinasais. É verdade, a sinusite não é, de todo, causa frequente de dores de cabeça!
Quando tal acontece, a dor é muito localizada e há sinais de infecção."
"Quantas crianças com cefaleias crónicas passam primeiro pelo oftalmologista, e depois pelo "otorrino", antes de irem ao neurologista."
"Também é frequente observar crianças com cefaleias que fizeram um electroencefalograma, vulgo EEG. É quase o mesmo que pedir um exame ao coração a quem se queixa de dores de ouvidos.
"O que fazer então?"
"Em primeiro lugar, tem de se estabelecer o diagnóstico, o que é feito quase sempre pela "história", isto é, pela informação detalhada fornecida pela criança e pela família. A recolha cuidadosa desses dados vale muito mais do que o exame físico, análises e radiografias.
"Felizmente, a maioria das crianças com cefaleias crónicas sofre de enxaqueca, que pode surgir em qualquer idade, até em bebés de colo. A dificuldade em encarar a luz, a sensação de náusea, e outros familiares com as mesmas queixas, são marcas desta "doença, incómoda mas benigna."
"Quais são então os sinais de alarme?
- Temos especial atenção para as que despertam a criança do sono ,
- são particularmente intensas ao acordar,
- aliviadas pelo vómito,
- que se localizam à nuca
- ou que são sempre no mesmo lado.
- se as queixas aumentam progressivamente de intensidade ou frequência."
"Isto só se consegue se o médico tiver disponibilidade e tempo para ouvir com atenção, não só a queixa que motiva a consulta, mas também todos os factores sociais, familiares e emocionais que rodeiam a criança."
Sem comentários:
Enviar um comentário