Blog Anónimo, Sim. Blog Anónimo, Não.
Na esfera do blogues vai-se discutindo se os blogues deverão ou não ser anónimos.
O ouvido do nosso Barman diz que ouviu dizer no seu bar "Se estes revelarem algum tipo de talento escondido e quiserem fazer uso dele, podem vir a encontrar problemas em provar a sua autoria (lembro-me deste, daquele e de daqueloutro)".
O daqueloutro sou eu. Mas como não quero fazer uso de nada, linkei-me a mim próprio.
É giro.
Os blogues são assim. É tão fácil ter um blog. É tão fácil ter um, dois, três blogues, 100 blogues.
Podemos fazer de tudo: de parvos, egoístas, vaidosos, tristes, anedóticos, sérios, palermas, de homens, de mulheres, de adolescentes desorientados, de casados, de solteiros, de Deus, de deus, de deusas, de diabo, de bicho que escala as estantes. Posso trabalhar a dias, desejo casar.
Posso dizer que sou uma bomba, que estou desactualizado e desinteressante, que vivo numa trágico-comérdia. Posso dizer que mato mouros, que sou de esquerda ou de direita. Que como jaquinzinhos. Que sou alfacinha ou das terras do nunca ou do Maranhão. E posso dizer que sou o Joaquim, o Francisco, o Pacheco, o Pedro, o António, a Ana.
Até posso fazer um blog em nome de outro. O blogger não me pediu nenhuma identificação autenticada.
Até posso dizer que eu é que sou o responsável pelo Abrupto, ou sou o verdadeiro Aviz.
Para mim tanto faz!
Portanto, o que faz um blog é o que lá se escreve. O que faz um blog, não é a figura pública que lhe dá o nome, mas sim o que para lá atira (ou arquiva!). O Abrupto ou o Aviz são os mais visitados porque têm qualidade. Têm qualidade intrínseca e extrínseca, no conteúdo e na forma. No Abrupto, mesmo sem ler, olhar, já provoca prazer.
Em Portugal, ainda estamos presos a estigmas do fascismo, sim fascismo, e por isso ainda nos povoam medos e fantasmas: temos medo de denunciar, mesmo por uma boa causa. Temos preconceitos no anonimato, mesmo para fazer afirmações com qualidade.
Vou continuar no anonimato, não sei porquê. Talvez por timidez? É possível. Talvez, apenas, porque me apetece. É provável. É a minha liberdade.
Talvez o pipi, munca fosse o meu pipi, se dissesse quem é.
Outra questão, muito importante, é quando um blog se torna num caso de polícia. Ou porque é muito mentiroso, ou porque veicula ideologias ilegalizadas, ou faz apologia da violência gratuita. Ou ... Ou ... E nesses casos, as entidades policiais, se o entenderem podem actuar e descobrir com facilidade (maior ou menor) o criminoso.
Parafraseando o Barman: "Não! Não sou nenhuma figura pública nem coisa que o valha. E diga-se, não quero vir a ser. Acrescento ainda. Pagava para não ..." ser.
Este blog foi produto de uma isónia. Depois foi andando. Quando deixarem de cá passar. Fecha-se, vende-se, trespassa-se, abandona-se, suicida-se (o blog), tudo pode acontecer.
Sou apenas um médico anónimo.
Não sou o bastonário, nem presidente de nada, não sou quadro de nenhuma organização sindical, política ou autárquica. Sou desconhecido no Mundo, mas tenho o meu mundo e não o quero invadido, nem o quero largar.
Mas não sou parvo, nem ando de olhos fechados.
Mas agora vou fechá-los!
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