No dia em que
comuniquei a alguém que o seu conjuge de 38 anos era portador de um cancro em estado avançadíssimo, de localização inabitual, mas também dependente de muitos anos de tabaco (e nós médicos não somos insensíveis a estas notícias) peço desculpa, pelo menos à M. de Mardevigo, se interpretou mal as minhas palavras: "Sem agulhas, medicamentos, patetices ou palermices" do bilhete anterior.
Refere M. que está dependente do tabaco, que tem muita dificuldade em se desabituar e que sofre por isso.
Tem toda a razão.
O que caracteriza a dependência, os adictos, é precisamente essa dificuldade. Mas também há muita dependência só psicológica que é entendida pelos fumadores como física e que atrasa a desabituação.
Quem fuma cerca de 20 cigarros por dia, não necessitará de grandes tratamentos (regra geral).
Quando me referi a "patetices ou palermices" referia-me às dezenas de terapêuticas ditas alternativas ou complementares que apenas existem para sugar o orçamento e servem-se de casos em que a mentalização psicológica seria suficiente.
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